Deus, cuida de mim! Um velho ser
Onde depositar esperanças, neste corpo doentio, onde apenas há um velho ser, sem perspectiva, sem amor, sem companhia?
Há dias que não dorme
Que passa a madrugada
Esperando o amanhecer.
É uma dúvida cruel
Um pedido ao céu
Sem resposta
Sem apostas.
É uma agonia
Que fere o peito
Contorna o espelho
Refletindo o olhar desfeito.
A pele cansada
O olhar cabisbaixo
A boca entre aberta.
Mãos tristes, trêmulas
Aguardando o amanhecer.
É a incerteza da vida
É o sussurro da esperança
É o sonho de criança
Que acabou por morrer.
A velhice é triste
É sem esperança
Sem alma de criança
Sem ânimo
Sem fé
É um pedido de socorro
É uma solidão sem tamanho
É o corpo que dói
É a mão que procura
É o coração que sangra
É a falta de amor
Onde encontrar felicidade
Onde encontrar alegria
Onde se vive com dor?
É a velhice que chegou...
Muitas vezes o leitor não compreende o motivo de tanta dor.
Ao visitar um idoso numa situação de abandono, se percebe o quanto o ser humano não é solidário.
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