De repente, escutei Manhãs de Setembro e me recordei que ainda estamos em maio.
Mesmo assim, me senti congelada, no torpor da angústia, na palidez da madrugada, quando o Sol ainda não despontou.
Ainda era madrugada e eu teria que enfrentar, lá fora, a manhã fria do fim de maio.
É difícil explicar, mas eu corria sempre para o Sul do país, para sentir o vento frio no rosto, o vento que corta a pele, que congela as mãos, que deixava o coração quente, na ilusão que era ali que eu reencontraria algo ou alguém que fosse aquecer meu peito.
Ah...Era um frio congelante, mas o coração estava derretendo todas as maneiras de me decepcionar.
Enfim, era no inverno que eu me sentia como a música das Manhãs de Setembro.
Eu me sentia no comando, com as rédeas nas mãos, e chicoteava o tempo, o espaço, o caminho, afastando as dúvidas, as amarguras e decepções.
Hoje, no final de maio ao completar mais um outono, senti que as rédeas não estão mais em minhas mãos, que eu caminho a pé e que o vento e o frio estão muito mais intensos e que meu coração não consegue mais derreter as desilusões.
Sinto muito, mas não vou mais para o Sul procurar algo ou alguém. Fico aqui mesmo. O frio hoje, aqui, está tão intenso quanto o de lá.
Afinal de contas, o tempo e o espaço ainda existe e quem sabe ainda consigo aguardar setembro.
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