Foi numa noite de quarta-feira que ele estava muito ansioso.
Chegou do escritório, colocou as sacolas na mesinha que tinha na entrada da sala.
Eram 3 sacolas grandes.
Ele estava ansioso demais.
O dia não passava de jeito nenhum.
Chegaria meia noite, mas não dava 21.45h.
A esposa estranhou as sacolas e foi verificar: eram rojões.
Ele já foi logo avisando que iria tomar banho cedo, para se acalmar.
Tomou banho, vestiu a tradicional camisa do time do coração, penteou os poucos e brancos cabelos que ainda lhe restava.
Arrumou a mesinha com os rojões, cerveja e a camisa para adornar o esquema. Fotografou e enviou para todos os amigos, corintianos ou não.
Pegou a bandeirinha, esticou nas costas da poltrona, arrumou o distintivo bem na frente dos adornos e ficou num senta e levanta por mais de 3 horas e dá-lhe cerveja.
Quando a tv anunciou a entrada do time em campo, ele bateu as mãos, sacudiu a bandeira e gritou:
-Vai curintia!
E começa o jogo.
Resolveu acender um rojão para espantar da ''zica''.
Estourou aquele 12x1, como se não houvesse amanhã.
O jogo começa e em menos de 8 minutos o time adversário marcou o primeiro gol.
Deu pena! A feição mudou, os olhos lacrimejaram e a boca tremeu, assim como o coração.
Era a sina de um torcedor que nem começou a torcer, já estava ali, sofrendo...
Mas corintiano não esmorece.
Gritou novamente:
- Vai corintia...
Sacudiu novamente a bandeira, beijou São Jorge que tem na correntinha e pensou:
- Ainda vai dar! Ainda vai dar!
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