DOCE E QUENTE LEMBRANÇA
Ontem, ao ibernar entre cobertores macios e edredons leves e quentes,
a cama parecia imensa.
O aconchego do quarto quente, do silêncio teimoso e do
sussurro das estrelas, me vi ali, longe e distante.
Fui visitar a gavetinha mais singular da memória e
a abri mansamente, pois temia que estas lembranças pulassem com força
e acordasse o mundo todo.
Foi lentamente, saindo uma lembrança por vez,
sorrateiras e felizes,
de uma época onde o calor não era do cobertor,
a cama era perfeita e o aconchego não era um quarto em penumbra.
A memória ainda teimava em colocar outras na frente destas,
mas como a força desta lembrança ainda é mais forte,
se sobressaiu e persistiu .
Como é doce a recordação feito arco íris,
doce como algodão doce, refrescante como chuva em dia quente de verão
ou chocolate quente no inverno,
onde o alaranjado das paredes, o vermelho dos tapetes e o amarelo das cortinas tornaram tudo mais quente e o meu corpo frio, endiabrado por pensamentos inquietos, recordou a memória que um dia foi real.
Doce e quente lembrança...
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