Era uma carta escrita com os mais nobres sentimentos, por
dedos inquietos e saltitantes.
Procurou palavras para expressar a dor que machucava e fazia o coração apertado.
O céu já começava a alaranjar e os pássaros resolveram se aninhar.
Era final de tarde sim e este cenário a fazia recordar os bons momentos.
Duas lágrimas caíram.
O papel pedia palavras e a caneta só rabiscava.
Foi quando ela resolveu amassar o papel assim como estava o coração e
jogar no lixo como foi feito com ela.
O choro revolveu dentro do peito e escancarou num grito.
A raiva de ter que se conformar era tão grande que pegou o papel de volta e escreveu " acabou ''.
Dobrou, colocou no envelope e escreveu no remetente
'' quem nunca deixou de te amar''.
No destinatário
'' o louco de perder um amor''.
Selou e postou no correio.
Quem sabe até eles conhecem o destino desta carta, já que
muita gente sabe exatamente onde mora os loucos que
perdem amores todos os dias.
Natural do ser humano...