São Paulo, 17 de dezembro de 2010.

Todos os dias eu te aguardava  no portão.
Era uma espera longa...
Mas quando você apontava lá na esquina,  meu sorriso se abria.
Você corria em minha direção, me pegava no colo e me rodava como nos filmes...
Eu me sentia muito, mas muito feliz mesmo.
O seu sorriso  era a demonstração de que você realmente gostava de mim.
Os dias de felicidade foram passando e comecei notar um ar meio estranho.
Você não corria mais aos meus braços, não sorria como antes.
E... eu indagava, e você dizia que estava tudo bem, que nada ocorria.
Os dias se passaram, as noites vieram quietas e sem luar.
Os dias chuvosos, com raios e trovões preenchiam meu coração e eu, sem saber que atitude tomar , fui entristecendo.
Um dia, resolvi então colocar cor e flor no seu caminho, para enfeitar a sua chegada.
Você sorriu...
Sorriu,  mas não correu aos meus braços.
Sorriu, mas não se mostrou alegre como antes.
Então, peguei todo o amor que eu tinha, embrulhei em papel de seda cuidadosamente, amarrei com fita vermelha de cetim e guardei lá no fundo da minha alma.
Hoje eu percebo que forçar uma situação não é a solução.
Vou aguardar que algum dia o laço do embrulho do meu amor se desfaça  e eu consiga amar novamente como te amo...